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domingo, 14 de dezembro de 2014

Ah, a vida..

A vida, ah a vida, ela é engraçada, não, surpreendente eu diria, lembrando que surpresas nem sempre são boas. Vida ruim para quem insiste em ser um sonhador, para quem escreve sua história e planeja tudo nos mínimos detalhes, porque os que vivem assim vivem com o pensamento nas nuvens e buscando por eles com a cabeça olhando pro alto se esquecem de ver o que está a frente e no primeiro degrau, vem ao chão. Chão, ah chão, porque tem que ser tão duro assim?
Sorte dos que aprendem alguma coisa toda vez que seus lábios entram em contato com este redundante duro chão, pena dos que apenas se levantam e continuam andando buscando por seus redundantes pensamentos das nuvens, pior ainda, aqueles que não conseguem levantar. Mas será que eu levantei?
Velhos sentimentos vem me visitar nesta tarde de domingo,  tarde essa abafada pelo calor insuportável que me deixa inquieto, aqueles sentimentos que nem a mais amarga e gelada cerveja podem afastar, nem ao menos meu cigarro de confiança fez efeito, estranhamente é que algo que me desperta à memória, daquelas que guardamos tão fundo que quase esquecemos que as temos, mas sim, nós as temos, tristes memórias, mas calma galera, já estivemos aqui antes não é? Então tranquilo, ao som de Tonight abrimos nosso caderno e com uma caneta na mão deixamos que nosso punho escreva sozinho aquelas palavras, tentativas de uma auto confirmação de que tudo ficará bem, pois sempre fica, não fica?
É estranho voltar aqui após tanto tempo, achei que nunca mais escreveria algo novamente, minha inspiração era a solidão, a tristeza, e elas tinham ido embora, alguém as tinha tirado de mim, mas aqui estou eu, escrevendo, tentando descobrir, que será que isso significa? Mas confesso que a tristeza é uma amiga leal, por mais que você as vezes não a suporte ou mesmo a ignore, ela volta, porque gosta de você, e confesso que também eu gosto dela um pouco, e até senti sua falta.

- Olá, velha e conhecida amiga, sente-se ao meu lado, deite-se comigo na cama, acenda um cigarro, me acompanhe na triste valsa que se inicia, saboreie comigo o sabor da solidão até que a depressão chegue, depois fica tudo bem, pois já sabemos como funciona tudo isso, deitemos e esperemos que a onda nos leve à algum lugar, diferente de tudo isso...